sábado, 7 de novembro de 2009

Keith Richards e Johnny Depp: irmãos de sangue







Keith e Johnny interpretam pai e filho em Piratas do Caribe: No Fim do Mundo. Em um intervalo das filmagens na Califórnia, a dupla falou sobre a estranha relação que une os rock stars e os piratas na vida real e na ficção


"Entra, aí fora está um inferno." Com essas palavras, o ator Johnny Depp abre a porta de seu trailer com ar-condicionado e oferece um alívio abençoado para a onda de calor brutal da Califórnia. Aqui, nos estúdios da Disney, em Burbank, onde está sendo produzido Piratas do Caribe: No Fim do Mundo, o trailer de Depp - onde reggae e música africana estão constantemente nos alto-falantes - é seu oásis no meio da inclemência da terceira tentativa a indicação para o Oscar como o pirata Jack Sparrow - agora, através do suposto capítulo final deste tesouro de bilheteria (US$ 1,6 bilhão até agora).

Nos últimos dias, Depp vem gentilmente compartilhando seu moquifo com o guitarrista Keith Richards, que está em um hiato da turnê Bigger Bang, dos Rolling Stones, e veio aos Estados Unidos para filmar o pequeno, porém fundamental, papel do Capitão Teague, pai de Jack Sparrow. E ele está muito próximo do próprio estereótipo, uma vez que Depp admitiu ter usado Richards como modelo para criar o seu pirata dos olhos pintados e dreadlocks. Como escreveu (o crítico de cinema) Roger Ebert: "Depp parece estar dando vida a uma drag queen bêbada com aquele lápis no olho e com seu jeito despreocupado de engolir as palavras".

Deixemos de lado aquelas histórias que circularam através do colega pirata, o ator Bill Nighy, de que Richards estava tão embriagado no set que o diretor Gore Verbinski teve que segurar firme suas canelas enquanto ele filmava suas cenas. No momento, tanto Depp quanto Richards estão prontos para entrar em ação, vestidos com o traje de gala completo dos piratas para as cenas do dia. Richards, que trabalhou a manhã toda, aparece fantasticamente rasgado e maltrapilho, de bandana e tranças, cicatrizes e remendos, barba por fazer e uma camisa bufante. A piada é que ele não fica muito diferente de quando está no palco com os Rolling Stones.

O trailer de Depp é espaçoso como o de um grande astro e muito bem arrumado - com sofás e tapeçarias nas paredes - apesar de o local estar com o jeitão assustador de uma sala de vodu. Afinal, Richards - uma figura com certificado de indomesticabilidade - disse recentemente que era tão próximo de seu falecido pai, Bert, que cheirou suas cinzas com um pouco de cocaína. Ele falou que estava brincando, é claro, mas com Keith Richards nunca se sabe. Dias antes, outro repórter foi vítima da ira de Keith por confundir seu famoso anel de caveira com uma cópia de uma jóia parecida usada por Iggy Pop. A asneira levou o ícone do rock a ameaçar o jornalista de sodomia com uma banana. Richards, 63, e Depp, 43, são amigos há dez anos. Depp é totalmente solícito com seu pai na grande tela e se oferece até para ir buscar cigarros, transformando-se no office boy mais bem pago de Hollywood. "Até que eu gostaria, sim", diz Richards, "valeu, meu velho." Fica claro que Depp, músico há muito tempo e fissurado em guitarra, está curtindo muito este tempo com Keith Richards nos estúdios da Disney. Por conta de toda a aura roqueira que Richards leva consigo aonde quer que vá, sua afeição por Depp fica clara quando ele o chama de "cuzão".

A primeira pergunta é para você, Keith. Sua carreira como astro do rock foi, na verdade, uma espécie de laboratório para o papel de um pirata?
Keith Richards: Acho que dá para ver por esse lado, sim. São dois jeitos diferentes de levar uma vida desonesta. E os piratas são muito democráticos. Tudo está à venda: perna esquerda por tanto, testículos por tanto... Quero dizer, eles tinham negócios rolando naqueles barcos que estavam muito além da Constituição.

Você também tem experiência com bandas, Johnny, na sua adolescência, com a The Kids. Já descobriu se existe alguma diferença entre piratas e roqueiros?
Johnny Depp: Sempre achei que os piratas eram os roqueiros do século 18. Em ambos os casos [dos piratas e dos roqueiros], o mito chega antes deles. Eles estão em todas as bocas meses antes de aportar.

Lembra quando soube pela primeira vez do mito de Keith?
Depp: Isso aconteceu muito cedo. Simplesmente descobri sua música e ele sempre foi meu primeiro amor, desde criança. Lembro de quando comecei a fuçar em uma guitarra pela primeira vez. E Keith está muito na vanguarda.

Já tiveram a oportunidade de tocar juntos?
Richards: Ainda não.

Johnny, e como você se compara, como guitarrista, com esse deus da guitarra aqui?
Depp: Não gostaria nem de começar.
Richards: O Johnny deve ser melhor do que acha que é e eu provavelmente não sou tão bom quanto ele imagina.
Depp: Eu quase tive medo de encontrar Keith por um bom tempo. Sempre existe o temor de que seus heróis vão ser uns imbecis.
Richards: Quando o conheci, no começo pensava: "Ah, outro porra de amigo do meu filho". O Johnny começou nesse status, depois foi ganhando espaço.

Quanto tempo faz isso?
Richards: Acho que foi em 1995, em Nova York. Ou será que foi na Disneylândia? Meu filho Marlon me falava: "Você tem que conhecê-lo, ele é seu fã de verdade". Então, acabei encontrando o Johnny. Não sabia direito o que ele já tinha feito, achei que era um guitarrista, então pensei: "Ah, ele fez uns filmes também. Mais um daqueles caras". Mas depois, ao longo dos anos, a gente se conheceu melhor, tanto que estou aqui vestindo isto [ri de si mesmo ao se ver caracterizado de pirata].

Foi difícil convencê-lo a fazer parte deste filme?
Richards: Foi aquela história do lugar certo, na hora certa, com os caras certos. E, claro, porque ele é um cuzão.
Depp: Que a verdade seja dita.

Acho que você, Keith, teve uma ótima atuação no documentário do Chuck Berry, Hail! Hail! Rock'n' Roll (1987), em que fez o papel de um homem maduro, o produtor do show, enquanto o Chuck tocava o puteiro.
Richards: Era eu fazendo o que costumo fazer. O Chuck pediu, eu fiz. Sou um dos maiores fãs do Chuck Berry. E ele também tem uma história com o Chuck.
Depp: Eu era da The Kids. E a gente abriu para o Chuck Berry em Atlanta, eu tinha 17 anos na época. Ele chegou, entrou no nosso camarim e achou que a gente era a banda de apoio dele. Fiquei extasiado. Ele me passou a guitarra e falou: "Afina". Então liguei na tomada e usei o afinador eletrônico. Ele perguntou: "Que porra é essa?" "Um afinador eletrônico, amigo". Ele ficou fascinado.
Richards: É, o Chuck nunca tinha visto um afinador eletrônico antes. Ele achou que você estava tentando tirar uma da cara dele. Deus abençoe seu velho coração. O Chuck é um grande pirata, do seu modo.
Depp: É verdade, Chuck costumava estorquir, saquear e pilhar em todos os lugares a que ia.

Já que vocês não vêem diferença entre piratas e roqueiros, que tal entre roqueiros e atores? As praias estão entulhadas de ossos de astros do rock que gostariam de atuar...
Richards: Não sei analisar essa. Desde que bati a cabeça [ao cair de uma palmeira nas ilhas Fiji, no ano passado], tive esses médicos que se projetavam como rock stars. Sou só um músico. E se as pessoas gostam do que faço, graças a Deus, isso me leva a produzir mais. E eu quero fazer mais. Taí uma coisa que você não considera quando entra no jogo.

Johnny, seu personagem, Capitão Jack Sparrow, colocou você em outro patamar: o de ícone do cinema.
Depp: Não sinto nada diferente em relação a qualquer outro papel que já tenha feito. É que mais gente viu este filme e gostou do personagem. Fiquei chocado e comovido com isso.

Como vocês definem o encanto do Capitão Jack Sparrow?
Depp: Acho que é irreverência pura, ele é o malandro.
Richards: Ele representa um potencial de liberdade, quebra barreiras.

Quando você pensou no Keith ao compor o personagem, Johnny?
Depp: Você pergunta: "Quem é o maior rock star do mundo? Quem é interessante e carismático?" E então responde: "É o Keith, não é? É o Keith".

É verdade que quando você era pequeno, Keith, gostava do Roy Rogers, o caubói-cantor?
Richards: É verdade, ele era demais. Sabia atirar, tocar guitarra e andar a cavalo. O que mais você quer?

Quando você foi para o lado negro, na direção dos piratas?
Richards: Isso veio mais tarde, naturalmente. Você cria uma imagem que te acompanha para sempre. Você pode limpar a sua barra e virar uma pessoa certinha, mas mesmo assim, arrasta sua vida toda atrás de você.

Johnny, você teve reações negativas dos executivos dos estúdios quando começou a criar o Jack Sparrow, não?
Depp: No primeiro mês de filmagem todo mundo pensou que eu tinha pirado.
Richards: Não, a abertura com você no navio encalhado... Eu não teria feito nada melhor.

Então você viu o filme, Keith?
Richards: Claro. Como poderia não ter visto com meus netos por perto? Vi quando o primeiro [Piratas do Caribe: A Maldição da Pérola Negra, 2003] foi lançado. No segundo [Piratas do Caribe: O Baú da Morte, 2006], acabei dormindo no meio, mas foi porque estava acordado há três dias.
Depp: Eu também teria dormido.

Keith, você percebeu alguma semelhança logo de cara entre você e o personagem feito pelo Johnny?
Richards: Ele me ligou quando começou a dar entrevistas sobre o filme e disse: "Antes que você comece a ler por aí, tenho que te dizer que baseei algumas coisas do meu personagem em você". Bom, obrigado por me contar, Johnny. Do contrário, teria te processado até a alma [risos].

E quando você teve a idéia, Johnny, de chamar Keith para ser o seu pai em Piratas do Caribe 3?
Depp: Foi em um jantar, em Nova York. Mas nunca tive certeza de que ele toparia.
Richards: Eu tive uma semana de folga, Johnny.
Depp: Um tempo muito bem utilizado.
Richards: É. O resto dos Stones está relaxando, curtindo, e eu virei um pirata. É só uma coisa diferente para fazer. Mas não sei se consigo dar conta. Mas é isso, ou eu teria uma fala só e iria embora.

Como ele está se saindo?
Depp: Muito bem. Ele é o "Richards-Duas-Tomadas".

Supostamente, o cantor Frank Sinatra tinha paciência para um só take quando estava atuando.
Richards: É, mas ele era um grande filho da puta.
Depp: Acho que o Sinatra sempre acertou na mosca. Ele podia sair de cena e estaria tudo certo.

Johnny, o sucesso estrondoso dos dois primeiros Piratas surpreendeu você?
Depp: Muito, porque estou acostumado a ter só umas 18 pessoas assistindo aos meus filmes.

Keith, este é o mais perto que você vai chegar de um personagem da Disney?
Richards: Sou o próximo Mickey Mouse, tome cuidado.
Depp: Um Mickey com dreads.

Johnny, qual foi o disco dos Stones com o qual você mais se identificou?
Depp: Eu era fã das coisas mais antigas. Sempre caí mais para os lados das faixas do Keith: "Before They Make Me Run", "Little T&A". Como guitarrista, ele era um deus, e ainda é. Só não conte isso para ele.

Johnny, em algum nível você se considera um rock star falido?
Depp: Pior que isso, sou um músico falido. A música era a minha vida, meu primeiro amor.
Richards: Ele tem uma das melhores coleções de guitarra que eu já vi, é muito eclético.
Depp: Tenho uns belos violões L1, da Gibson.

Keith, você não vem usando um anel de caveira e outros apetrechos de pirata desde a época de sua banda solo, a X-pensive Winos?
Richards: Desde o final dos anos 60, começo dos 70. Tenho um grande amigo que também faz minhas algemas, mas não dá para mostrar agora porque estão embaixo destas malditas mangas de pirata.

Ao longo dos anos, algumas das melhores frases foram atribuídas a você. Uma delas é "Não viajo sob nenhuma bandeira. Sou um músico". O que para mim é o éthos dos piratas...
Richards: Cara, se não tivesse uma guitarra, teria um barco.
Depp: E eu, um Maserati.

Você acha que tem que ser meio pirata para sobreviver na música?
Richards: O mundo da música nunca foi diferente. É uma piscina cheia de piranhas. Quer entrar ali? É melhor você não ser saboroso.

Aqui vai mais uma frase atribuída a Richards: "Nunca tive problemas com drogas. Tive problemas com a polícia".
Richards: Eu também apóio essa frase aí [risos].

As crianças que nasceram agora podem descobrir o Keith através do Piratas. Como você vê isso?
Richards: Ótimo. Sensacional.
Depp: Se for assim que elas vão descobrir o Keith, beleza.Tem também mais 40 anos de uma música incrível para descobrir depois.
Richards: Descobriram o Johnny, não foi? Podem me descobrir também. É uma geração diferente, e é por isso que estou fazendo o papel do pai dele.

Como vocês comparam a fraternidade entre uma banda com a fraternidade entre os piratas?
Richards: São uma tripulação, certo? É um trabalho em equipe. O Johnny vem fazendo Piratas do Caribe há três ou quatro anos, faz e pára, faz e pára. E a tripulação dele fez com que me sentisse em casa. É uma coisa de família. Minha vida inteira gira em torno disso.

Você já recusou muitos papéis como ator?
Richards: Já me ofereceram algumas coisas, mas eram todas muito ridículas. Só faria isso com amigos, e foi assim que aconteceu desta vez. É por isso que estou usando esta merda de peruca que pesa 2 quilos.

Quantas horas você levou para se maquiar? Porque devo dizer que esse visual de pirata ficou bastante natural em você.
Richards: Leva cerca de uma hora e meia, porque eles colocam várias cicatrizes. Como se eu já não tivesse cicatrizes o suficiente.

Como anda sua atuação?
Richards: Fingir ser o pai dele se tornou interessante. Não sei direito o que estou fazendo - porque é por muito pouco tempo - mas estou dando o melhor de mim. Sei que posso olhar para esse homem nos olhos e a gente pode dar uma de bobo sem errar a mão.
Depp: Ele chegou feito um pirata, vestido desse jeito. Foi a primeira vez que vi a minha equipe, com quem já trabalho há anos, boquiaberta. Só medindo o cara, espantados. Como se o bandido da cidade tivesse chegado.
Richards: Você juntou uma equipe e tanto.
Depp: Tome muito cuidado comigo, seu degenerado.

O Jack Sparrow tem problemas com o pai?
Depp: É uma relação de amor e ódio.

Este filme obviamente interrompeu a turnê dos Stones. Como estão indo os shows?
Richards: Muito bem. Eu saí da Dinamarca para fazer isto aqui. E vamos combinar que, se os shows dos Stones não estivessem indo bem, você já teria lido a respeito em tudo quanto é lugar. Mas ao vir para cá, pensei que estava com jetlag, mas consegui filmar mesmo assim. A carcaça do velho aqui ainda está segurando a onda?
Depp: A carcaça ainda está segurando a onda, sim.

O produtor e chefão Jerry Bruckheimer veio ver vocês dois juntos?
Depp: Sim, ele veio ver a gente ontem.
Richards: Grande coisa. Eu já vi todos eles indo e vindo, meu bem& [risos]

Quando você era mais jovem, Johnny, chegou a ver os Stones no palco ou os shows eram muito caros para você?
Depp: Estavam muito fora do meu orçamento. Agora já vi várias vezes. E só vai ficando melhor. É inacreditável a energia deles.
Richards: Eu preciso de expiação.

Você ainda toca e compõe, Johnny?
Depp: Sim. Toco em casa, faço umas gravações caseiras, toco em discos de amigos. Às vezes toco em mim também.
Richards: É, sempre tem isso.

Keith, você levou um século para fazer um álbum solo [Talk Is Cheap, 1988]. Johnny, você faria um disco?
Depp: Não. Acho que músicos dando uma de atores é uma coisa, mas atores dando uma de músicos&
Richards: Você pode fazer o que quiser. Deixa de ser medroso.

Keith, você contribuiu com alguma música para este filme?
Richards: Só com um pouquinho de "ho, ho, e uma garrafa de rum"& o Johnny conseguiu mandar fazer uma guitarra maravilhosa em uma semana, que parece ter 300 anos. Então, fiz um pouco do que faço para me aquecer nos shows. E eles disseram que gostaram.

Mas você tocou no filme?
Richards: Sim, uma musiquinha adorável. Vocês vão adorar.

Vocês dois parecem piratas mesmo - dois cães sarnentos e maliciosos.
Richards: Ele já vem me lambendo há alguns anos.

Contracenar neste filme deixou vocês dois mais próximos?
Richards: Obviamente, a gente pôde se conhecer um pouco melhor. Quero dizer, ele virou um camarada meu: "Quer fazer isso?" "Claro, por que não? O máximo que vai acontecer é eu cair de cara, certo?"
Depp: Você não caiu de cara.

Mas em termos de rock'n'roll, você não acha que está abrindo um novo precedente para a longevidade?
Richards: Não tem essa história de "em termos de rock". Quem pode dizer quanto tempo alguém pode continuar a fazer isso? Bater as botas com 19 ou 20, quando você está legal. Dois anos nas paradas.

Bom, é uma questão de orgulho que você seja um símbolo de&
Richards: Não é uma questão de orgulho, a gente só continuou tocando. E você pode continuar fazendo quando tem uma banda. Por que não? Quantos milhões de pessoas estão aí querendo me ver? Caralho, quem sou eu para dizer não? Vou me divertir muito com essas pessoas. Rock tem que ser divertido. Sério, preciso da adrenalina e ali existe uma troca de energia.

O Keith inspirou você na carreira, Johnny?
Depp: Ele é determinado.
Richards: Ele provavelmente pensou nisso antes de me conhecer.
Depp: Ele era uma das pessoas que eu admirava pelo que já havia feito e pela maneira como lidava com aquilo. Quarenta e tantos anos sendo esse deus. E ele é bacana.

Keith, quando você começou a falar com a imprensa, era surpreendentemente objetivo e honesto.
Richards: Depois de tudo por que passei, foda-se. Você quer saber como é? É assim. Não sou nenhum anjo.

Mas agora você é um ator. O que você aprendeu com o Johnny?
Richards: Antes de rodar uma cena, os olhos dele mudam e ele vira o Jack.
Depp: Isso é sério? Eu não percebo essa mudança.
Richards: Você incorpora o Jack em um segundo.
Depp: Não fazia idéia.

Você era um músico carismático quando estava no palco, Johnny?
Depp: Não mesmo. Eu tentava ficar longe dos holofotes.
Richards: Isso é difícil. Não funciona.

Keith, como você entra no clima para um show dos Stones?
Richards: [Risos] Essa é uma pergunta perigosa. Eles me avisam quando faltam dez minutos para começar. A banda geralmente fica dando um tempo lá no meu camarim. E a gente faz o que tá acostumado a fazer [risos]. É uma energia reprimida e você fica ali esperando para que os portões se abram... E lá vamos nós.

Como Jack Sparrow, Johnny, o que você pegou do Keith, além do olhar?
Richards: O olhar, é verdade. Elegantemente bêbado.
Depp: Eu não estava tentando fazer uma imitação do Keith, mas tem alguma coisa nele que achei que teria a ver com o personagem.
Richards: Bom, você voltou para sua história de rock stars e piratas.
Quero dizer, esta roupa que a gente está usando foi tirada de gravuras de piratas que se mostravam como queriam que fossem vistos. Você não acha que eles ficavam no convés usando essa merda, né? Eram os cartões-postais deles. É assim que eles querem ser apresentados, como querem ser percebidos. No dia-a-dia, eles deviam usar cuecas e mais nada.

O que os dois piratas sabem sobre ser cool que o resto de nós não sabe?
Richards: Se você é cool, você não sabe nada sobre isso. Ou você é ou não é.

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